Advocacia: Como era, como está e como será?

Uma interessante reflexão sobre a advocacia por quem está no mercado há quatro décadas e faz um diagnóstico  tanto da sua atividade quanto das atividades correlatas, como são os órgãos do Poder Judiciário, juízes. servidores e sua estrutura.

Artigo escrito pelo advogado Sergio Leal Martinez, inscrito na OAB/RS  da Martinez Advocacia, e originalmente publicado em http://www.martinezadvocacia.com.br.

Eu tenho bem menos tempo de advocacia (16 anos) e já percebi estas mudanças. Aliás, apesar das diferenças regionais os problemas são bem semelhantes, assim como as soluções.

O segredo da sobrevivência, penso eu, é justamente antecipar as modificações e inovar na atividade. Mas isso será assunto para o outra postagem.

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Frustração e (in)justiça

Sim, cara senhora.

Compreendo sim a sua frustração.frustração

Tá bom, desespero e desalento. Não é mais só frustração.

Pode, o juiz pode sim resolver o seu problema.

A grande questão é o juiz querer resolver o problema.

Faltam juízes corajosos e humanos.

Ah, devem existir sim.

Mas o problema é que o seu “problema”, é só mais um processo em meio a milhares de outros papéis.

É isso mesmo!

O juiz não está decidindo a sua vida ou a de qualquer outra pessoa.

Ele está trabalhando com papéis.

E o seu, minha cara, é só mais um papel.

É mais um processo.

Não, ele não está pensando no ser humano. Ele sequer vislumbra que tem um ser humano por trás ou à frente do processo.

Ele se esqueceu disso.

Isso era idealismo bobo da época da faculdade, e virou apenas desculpa para o entusiasmo do concurso público.

Justiça é só utopia de filosofia do direito. Só cabe em livros, pensam muitos.

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É preciso ser prático. É necessário mostrar números. Corregedoria. CNJ.

Essa é a nossa justiça.

Ah, desculpe!

Quem errou agora fui eu.

Justiça iremos encontrar em outra instância da vida, e em outro patamar.

Isso aqui é só o Poder Judiciário.

O nosso Poder Judiciário!

Ontem conversava com alguns amigos sobre questões relativas às dificuldades do sistema judiciário, e até mesmo do sistema de serviços públicos em geral.

Eu penso que o que falta é sensibilidade, solidariedade, simples deveres humanitários.

Como conseguir isso?

Este é o desafio do nosso tempo. E não existe solução mágica, precisamos de tempo e muito, mas muito trabalho mesmo.

Eis que hoje leio no UOL esta notícia que ultrapassa muita coisa absurda que já vimos. Desafia criatividade de qualquer torturador.

Só mais um detalhe: isso não é Justiça, é poder judiciário, MUITO diferente de Justiça.

Veja bem a manchete: Justiça despeja adolescente deficiente mental de abrigo em Santa Catarina.

Dois oficiais de JuDivulgação UOLstiça levaram um adolescente deficiente mental, soropositivo, cego, mudo e paralítico ao gabinete do pedagogo Rui da Luz, secretário de Assistência Social de São José (SAS), na Grande Florianópolis. Eles cumpriam ordens da juíza Ana Cristina Borba, da Vara da Infância e Juventude da cidade. Os oficiais largaram o garoto no tapete do escritório, exigiram um recibo e foram embora.

O caso aconteceu no último dia 19, uma segunda-feira, mas só foi conhecido nesta quinta (29), depois que uma denúncia anônima chegou aos jornais revelando que o garoto fora despejado do abrigo onde passara toda sua vida.

Na manhã de ontem, com as primeiras notícias, o secretário Luz transferiu PC (nome omitido conforme o Estatuto da Criança e Adolescente) para uma clínica privada em Camboriú, assumindo o custo de R$ 4.000 mensais, jogando na conta da Prefeitura de São José.

“Eu fiquei sem ação”, lembra o secretário Luz. “O caso de PC era conhecido, mas nós (da SAS) nunca fomos informados de qualquer problema com ele durante 17 anos, até que apareceram e jogaram a pessoa aqui, sem respeito por ela”, disse Luz.

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Justiça despeja adolescente deficiente mental de abrigo em Santa Catarina