Você é vítima de quê?

A vida na Terra é estágio dos mais valiosos e oportunidade a ser aproveitada com todas as energias possíveis, embora sejamos sempre relapsos e preocupados (ou distraídos) com questões secundárias da nossa existência.

Das mais importantes ferramentas para nosso crescimento é sem dúvida a paternidade/maternidade.

Quis o Criador que para que tivéssemos uma existência física fosse necessária a união de duas pessoas. Isso já é indicativo de que temos um regime colaborativo e de solidariedade a nos orientar para toda vida. Continuar lendo

Ser pai é…

Minhas primeiras fotos como pai. Em 1994.

Minhas primeiras fotos como pai. Em 1994.

Fui pai aos 20 anos. E ainda não sei a resposta ao título deste post. O que é ser pai?

Não sei exatamente ainda, mas penso que foi a partir dali que comecei a ser melhor filho para os meus pais. E também a partir dali me tornei um melhor amigo para meus amigos, e um melhor profissional para os meus clientes.

É porque a paternidade pede de nós uma reformulação de conceitos e de objetivos. Os meus valores e missão de vida continuam os mesmos, assim como eu continuo o mesmo, mas as metas e os objetivos tiveram um direcionamento diferente. Foi necessário adicionar outros cuidados e atenções.

Já falei aqui sobre liderança e da necessidade que todos os seres humanos temos de sermos liderados por alguém mais capaz que nós mesmos. Fomos liderados por nossos pais, somos de nossos filhos, e penso que toda humanidade é liderada por Jesus. Continuar lendo

A busca

Já escrevi aqui sobre como sinto a paternidade (relembre).

Há alguns anos presenciei uma situação e prometi para mim que não permitiria que acontecesse comigo.

Vi um pai que não tinha a menor ideia de quem era seu filho. E o filho já tinha cerca de 30 anos.

Deve ser frustrante você conviver com uma pessoa, e ter apenas uma noção idealizada, sem compreender a essência do outro, ainda mais quando este outro é seu próprio filho ou filha.

Compreendo a vida como uma viagem em busca do autoconhecimento, para um aperfeiçoamento constante.

Este “tornar-se melhor” passa necessariamente por um melhor relacionamento com as pessoas que convivem conosco.

E é surpreendente como pais e mães entendem que exercem esta função proporcionando coisas.

A entrega, a identificação, a transcendência do relacionamento valem mais do que qualquer bem material neste mundo.

Está em cartaz no Cine Roxy em Passos o filme A Busca, o qual assisti hoje (26/03, terça-feira).

Filme muito bom, denso, sensível e que nos faz pensar.

Aliás, a função da arte não é fazer pensar e refletir na vida que levamos?

É a história de um pai que busca um filho que desapareceu, mas na verdade é uma busca pela essência do próprio filho, que o pai ainda não tinha conseguido encontrar.

Entendi o filme todo como uma metáfora existencial.

Neste mundo complexo, nos iludimos com coisas, com “ter”, com parecer ser, e nos esquecemos de que o essencial continua invisível aos olhos.

Esta busca implica em uma viagem necessária ao nosso interior, confrontando fantasmas, medos, e descobrindo valores que importam de fato em nossa existência.

Às vezes tentanto ser pai, aprendemos a ser filho.

Brigar, apanhar, bater, sofrer, chorar, perder, encontrar, perdoar, tudo faz parte deste processo.

Enfim, aprender sempre, eis a questão.

Saiba mais sobre o filme aqui.

Veja o trailer aqui.

E se possível, vá ao cinema. Cultura faz bem e nunca sobra.

Paternidade e Maternidade

Foto de Divulgação do seriado norte americano Modern Family

Foto de Divulgação do seriado norte americano Modern Family

Vivemos em uma época de mudanças.

Mudanças de conceitos, mudanças de paradigmas.

O que parecia estabelecido como conceito natural de determinada coisa, hoje já não é ponto pacífico.

Há várias interpretações sobre o mesmo fato. Há diversas explicações sobre determinado acontecimento.

Evidentemente que o que pensamos das coisas e instituições sofre a influencia do meio social em que se vive.

Um exemplo marcante é o que pensamos sobre o que seja família.

Família para você é no formato pai-mãe-filhos?

Pois eu acho que você deve repensar os seus conceitos e a forma que enxerga a sociedade em que vive.

Você pode até achar que determinado formato é o ideal ou adequado aos seus valores, mas fechar os olhos para a realidade é que não dá.

É comum família com pais separados, e que os filhos convivem com o namorado/marido da mãe ou namorada/esposa do pai.

Ou mesmo casais do mesmo sexo.

paternidade-socioafetivaAs crianças convivem com irmãos, que são filhos de outros pais e de outras mães. E com outras crianças que vieram de outros relacionamentos do atual companheiro/companheira da mãe ou do pai.

A legislação e o entendimento dos tribunais acolhem estas mudanças, até mesmo porque a lei nada mais é do que o retrato social de uma determinada época.

Mas e quando há um conflito da realidade social e da lei?

Como decidir? Como pensar?

Como resolver um conflito entre a escolha da paternidade biológica e da paternidade afetiva?

A questão ainda não é definida pela jurisprudência.

Mas a tendência sempre foi priorizar a paternidade biológica.

Em razão disso que o famoso exame de DNA tem status de verdade cientifica, uma vez que fornece uma altíssima probabilidade de acerto na determinação genética de paternidade e da maternidade.

Mas e a paternidade ou maternidade afetiva? O convívio social, público e notório, não têm algum valor?

Para um juiz do Rio Grande do Sul tem e muito.

Um pai registrou a filha e depois de 10 anos buscou a justiça para invalidar o registro civil e exonerar-se do pagamento da pensão alimentícia. Alegou que não era o pai biológico.

A defesa da filha alegou que o pai procedeu com o registro espontaneamente, mesmo sabendo que não era sua filha biológica.

A sentença indeferiu o pedido, pois reconheceu a paternidade socioafetiva, porém, ainda cabe recurso. É um tema complexo, polêmico, mas me parece que a solução foi acertada.

É que o vínculo socioafetivo se sobrepõe à chamada verdade biológica.

A lei já contempla a aquisição da paternidade/maternidade pelo pai e filhovínculo afetivo, como ocorre nas adoções.

Fico pensando na situação da criança, que é quem menos responsabilidade tem nesta história e é que está sofrendo o maior prejuízo afetivo e emocional.

Acredito que ainda chegaremos a modelos mais eficazes de solução destes conflitos, mas o que sobra neste caso é irresponsabilidade, egoísmo e interesse acima da solidariedade.

Espero que a sociedade aprenda com estes exemplos, pois paternidade e maternidade em qualquer de suas modalidades e circunstancias, não é uma brincadeira que se pode cansar a qualquer momento.

Para ver a notícia completa, clique no link abaixo.

Vínculo afetivo entre pai e filha vale mais do que exame de DNA, decide juiz gaúcho