Hoje tomei conhecimento do suicídio de um jovem. Não o conheço e nem a sua família. Li algumas de suas mensagens que são verdadeiros gritos de socorro.
Chorei.
Impossível não fazê-lo.
Quando isso acontece várias pessoas recorrem a nós, espíritas, buscando explicação, consolo, justificativas, etc.
Mas hoje não quero fazer nada disso. Apenas elevar minha prece a Deus em favor deste infeliz rapaz e da pobre mãe que aqui ficou, solidarizando em cada lagrima derramada.
Porque quando uma mãe sofre na verdade todas as mães do mundo sofrem juntas.
Em dezembro de 2012 o mundo assistiu estarrecido a um novo massacre nos EUA.
O modus operandi é conhecido. Uma pessoa invade uma escola e mata diversas pessoas de forma covarde e de modo a impossibilitar a defesa.
Além da atitude covarde de não permitir defesa, chama a atenção pelo caráter aleatório da escolha das vítimas, ou quem é encontrado pelo assassino, e o que causa maior comoção, o fato de muitas vezes se tratar de crianças.
Neste caso de Newtown, Connecticut, o atirador matou 27 pessoas em sua maioria crianças entre 5 e 6 anos, e a sua própria mãe (relembre aqui).
Aqui no Brasil tivemos o caso da escola em Realengo no Rio de Janeiro ocorrido em 2010 (relembre aqui).
Os questionamentos são variados e a sociedade procura atônita entender o motivo que leva a esta barbárie, acho que com a intenção de procurar uma prevenção ou mesmo de identificar onde está o erro.
Sobre o tema em várias perspectivas recomendo Precisamos Conversar sobre o Kevin.
O filme é denso, muito bem feito e a atriz Tilda Swinton dá um show de interpretação como Eva Katchadourian, a mãe de Kevin. Baseado no romance de Lionel Shriver proporciona uma visão totalmente diferente sobre o tema, sem firulas, sem generalizações e sem dar respostas prontas a quem assiste.
Enfim, um filme que nos leva a pensar e a refletir sobre a vida, família, valores e de onde vêm os nossos filhos.
Todos pensamos em como as mães das vítimas mortas em situações semelhantes irão se portar depois do episódio, como irão levar a vida. Mas e a mãe da pessoa que comete o crime?
Como a sociedade se comporta com ela? O que fez ou o que não fez para evitar isso? É ela a culpada?
A sociedade hipócrita e individualista que criamos não entende e cobra justamente de quem sofre e muito por isso.
O roteiro é muito bem elaborado e começa mostrando as consequências na vida de Eva, pós-massacre, sem esclarecer o óbvio e sem lugar-comum, mas que vamos intuindo no decorrer do filme.
É filme para refletir mesmo.
As críticas e opiniões que li a respeito não conseguem imaginar além da existência humana, da tragédia em si, obviamente limitados por uma visão restrita que vê a vida tão somente do berço ao túmulo, ignorando a preexistência da alma.
Justamente ponto fiquei refletindo sobre as nossas prioridade neste mundo, e como faríamos para educar um espírito que retorna com estas características de psicopatia, demonstrando insensibilidade e desprezo pela vida e pela dor dos outros.
Assista ao filme, reflita e compartilhe sua opinião comigo.
Estou entendendo que pessoas práticas têm que deixar os outros fazerem as coisas que lhes competem, e que existem situações que não há nada a fazer, senão esperar.
Vi a confirmação da eficácia da prece, crença que sempre tive.
Estamos aprendendo a ser humildes e reconhecer que nada podemos fazer a não ser ter confiança e esperança.
Que em uma sala de espera de UTI para ouvir o boletim médico, somos todos iguais, independente de idade, classe social, crença ou qualquer aparente distinção que se queira ver.
A lição mais evidente é de que tem coisas que não podemos procrastinar.
Que a amizade vale muito, mas muito mais que qualquer outro bem que se tenha.
Estamos entendendo a relatividade das coisas de uma forma absolutamente prática.
Que pequenas e corriqueiras coisas, antes despercebidas, depois que se perde, são vistas como grandes vitórias ao serem recuperadas.
Verifiquei que o maior (e talvez o único) patrimônio que tenho é a fé, esta inabalável perante qualquer adversidade.
É alentador ver que ainda há Juízes humanos, solidários, que compreendem a finalidade da instituições.
Leia com atenção o histórico da mãe: sofreu violência sexual pelo pai, teve irmão assassinado, etc., ou seja, têm um vida marcada pela violência, pela desumanidade, indiferência social e omissão do Estado.
Para os condenadores sistemáticos que estão pedindo “cadeia”, “cadeia”, sangue”, “sangue”, é difícil de entender deveres humanitários básicos.
Mas, para quem nunca obteve respeito por parte do Estado, como o respeitará?
Reflita na situação social que é de um caso, mas que representa inúmeros outros e veja o que podemos fazer para ajudar a nossa geração.