Estabilidade: isso existe?

Existem algumas coisas bem intrigantes.

Há muito tempo venho conversado com várias pessoas, jovens, recém formados e fico um tanto assustado com a quantidade que pretende prestar concurso público.

Nada contra o serviço público. O contrário.

Somente com pessoas idealistas e com vocação para o serviço público é que vamos conseguir a excelência no serviço prestado à sociedade.

No entanto, a motivação que percebo nas pessoas é justamente a preguiça, o medo ou desânimo de tentar algo diferente, de seguir sua vontade ou sonho por causa de uma tal estabilidade.

Conversei uma vez com uma pessoa de 19 anos que queria passar no concurso e já “resolver a vida”. Ou seja, queria prestar um concurso, arrumar um emprego e nunca mais ter que se preocupar com mais nada.

Que vida pobre, pensei.

Mas neste nosso mundo de nada é permanente.

Pode parecer um paradoxo, mas se você não mudar, vai ficar para trás.

Fica ultrapassado.

Ninguém casa pensando em se separar. Mas não acontece?

Algum cria uma empresa pensando em falir? Não. Mas não acontece?

Quantos casos de funcionários com vários anos na mesma empresa que são demitidos?

Conheci uma pessoa que começou a trabalhar em uma empresa ainda adolescente, galgou todos os postos, e tinha o cargo de gerente. Abaixo apenas do dono.

Não se formou, não estudou, e nunca pensou em trocar de emprego.

Porém (sempre há um porém), a empresa entrou em crise, e adivinha de quem era o maior salário, e o cargo que poderia ser dispensado?

Pois é. A pessoa saiu de uma pseudo estabilidade, para cair no mercado de trabalho sem qualquer formação. Com um orgulho acentuado, a última vez que a encontrei, estava em um estado lastimável de depressão, em evidente degradação.

E você,  leitor, pode garantir que estará respirando neste mundo pelos próximos cinco anos? Dois? Ou daqui a dez dias?

Vivemos em um mundo de incertezas, e procurar uma estabilidade por medo ou para fugir de responsabilidades, não me parece uma atitude muito saudável.

Há uma diferença muito grande entre resignação e conformação. Precisamos, de fato, nos resignar com as coisas que não podemos mudar, mas não há como ficar conformado com a situação que nos tira a paz e nos deixa infelizes.

Será que vale a pena se conformar com a insatisfação?

Talvez por isso esta nossa geração é campeã em formar pessoa com depressão e ansiedade.

A lei é de progresso.

Portanto, aprimoramento, mudança e a transformação constantes, tal é a lei.

Necessidade de liderança

Assisti há alguns dias uma interessante palestra com Waldez Ludwig em um evento organizado pelo SEBRAE e Associação Comercial em São Sebastião do Paraíso.

Além do impressionante e expressivo público presente (confesso: senti inveja!), o competente palestrante nos levou a várias reflexões importantes.

Uma delas me fez meditar um pouco mais.

Ele afirmou que existem quatro coisas sem as quais o ser humano não vive: informação, água, alimento e liderança. Nesta ordem de importância.

O segundo e terceiro item são pacíficos. A informação ficar em primeiro lugar pode causar estranheza, mas se não tiver informação correta sobre a água e o alimento, de nada vale ter os dois.

Mas a questão da liderança realmente faz pensar.

Podemos compreender que a vida em sociedade obedece a uma lei natural. De fato, como não há nada inútil na natureza, seria difícil encontrar uma razão para que o Criador tivesse nos dado as faculdades de comunicação e outras necessárias à vida de relação.

Constata-se facilmente que os deveres de solidariedade da vida em sociedade facilitam o progresso de todas as formas.

E isso cria necessidades colaborativas.

Pois bem. Então o ser humano ou lidera ou é liderado.

O que distingue uns e outros?

Senso de iniciativa, a vontade de mudar a situação, o sentimento de que podemos fazer mais e melhor.

E os valores que devem nortear o líder foram demonstrados pelo Maior deles que por aqui já passou: valorização do ser humano, minimização dos defeitos e fortalecimento das virtudes e capacidades individuais, capacitação e treinamento da equipe, e principalmente a exemplificação, dentre outros.

Vivemos uma crise de lideranças em todos os setores, políticos, das organizações. Um exemplo? Quem é o presidente da associação do seu bairro?

Há quantas eleições não temos votado no “menos pior” por falta de opções?

Uma triste constatação disso está ocorrendo nas famílias. Quando os pais não assumem o papel de líderes dos núcleos familiares, alguém assume. E esse é o traficante, o chefe da gangue, o valentão da escola, o malandro que sabe exatamente como atrair e motivar aquela criança ou adolescente que não tem referências seguras e base moral firme.

Infelizmente não é da cultura do brasileiro preparar-se e ter uma formação para liderança.

Precisamos de pessoas que saibam para onde ir.

Que consigam aglutinaro maior número de pessoas em torno de propostas realizáveis. Que sejam comprometidos com um ideal maior e superior de servir e ser útil ao maior número de pessoas possível.

As inscrições estão abertas, candidate-se e assuma seu posto!