Retrato da intolerância

XENOFOBIA 1

Terminada a eleição recomeçou a grita dos que não viram a sua candidatura eleita e mais uma vez vimos o quanto o conceito e exercício da democracia e da própria cidadania são frágeis por aqui.

Parecem até criança que faz birra porque não foi atendida nos seus caprichos. Infantil e imaturo são termos mais gentis para o comportamento.

A irracionalidade e a estupidez são tão evidentes que somente muito orgulho e incapacidade de autoanálise para não perceber que as agressões a quem pensa de forma diferente é uma atitude sem qualquer lógica e bom senso.

As propostas ridículas de separação (sic) de São Paulo “do resto do país”, construção de muro para dividir o Brasil são reflexos desta cultura de intolerância.

De outro lado estas manifestações são interessantes, instrutivas e educativas, pois nos dão uma noção do quanto ainda somos intolerantes e cultivamos o ódio no Brasil, fornecendo um diagnóstico do mal que evidentemente existe.  Continuar lendo

Argumentos em prol de Dilma

brasil

Li na semana passada dois textos na coluna Opinião no Jornal Folha da Manhã que circula aqui em Passos e região, um deles denominado “Por quê Aécio” e outro “Argumentos em prol de Aécio” (leia este texto aqui), este último que serviu de motivação para estas linhas que seguem.

Também não tenho a mínima pretensão de estabelecer verdades, porque não reconheço  ninguém como detentor delas neste plano. Tampouco pretendo convencer alguém. Meu ofício me ensinou desde muito que nunca vou conseguir convencer a parte contrária, mas somente àquele que julga ou algum observador, quando muito.

Mas lendo e relendo os argumentos do ilustre Alberto Calixto Mattar Junior não me convenço que seja o momento de uma troca na Presidência da República do Brasil.

Isso porque o governo popular que se iniciou com Lula está no poder apenas há 12 anos, ao passo que as outras propostas que governaram o país até 2002 apenas se alternaram entre um e outro segmento da mesma ideologia, nunca dando chance para que houvesse uma efetiva participação do povo no Poder. Continuar lendo

O Brasil da Copa

BrazilianFlagEye
Eu já havia compartilhado este texto na fan page do Blog no Facebook, mas penso que deve ser novamente publicado.
Nunca precisamos de ninguém de “fora” do Brasil para resolver os nossos problemas. Sempre que governantes recorreram a ajuda externa, mais atrapalhou do que ajudou.
Vamos refletir a respeito.
Sei muitos dos críticos por aí são nem-nem, nem ajudam e nem produzem nada de útil.
Mas vamos pensar e discutir a respeito.

O Brasil e a Copa.

Texto de Abilio Diniz.

A quase um mês da Copa do Mundo, vejo a bola rolando quadrada no país do futebol. A festa que se previa deu lugar à tensão e ao ceticismo

Sempre declarei meu amor pelo Brasil. Trabalho para ajudar a melhorar este país, gerando empregos, dando aulas, apoiando iniciativas nas áreas de educação e esporte e investindo em empresas que possam contribuir para o seu crescimento.

Como milhões de brasileiros, eu tenho o futebol como paixão. E não acho que protestando contra a Copa diante dos olhos do mundo ganharemos alguma coisa, pelo contrário. Devemos aproveitar a atenção mundial para mostrar a grandiosidade e as oportunidades do Brasil, não os nossos problemas. Estes, resolvemos nós.

A quase um mês da Copa do Mundo, vejo a bola rolando quadrada no país do futebol. A festa que se previa deu lugar à tensão e ao ceticismo. Pesquisa Datafolha aponta que hoje mais brasileiros rejeitam a Copa do que a apoiam. É possível que saia mais gente às ruas do país para protestar contra o torneio do que para celebrá-lo.

A intenção deste artigo não é desestimular ninguém a protestar. São muito justas as reivindicações por investimentos em educação, saúde, moradia, segurança e transportes. Com a nossa pesada carga de tributos, o Estado brasileiro deve, urgentemente, serviços mais eficientes e mais ética na gestão pública. Ter uma população mais engajada, exigindo serviços e gestão com a qualidade da nossa seleção e dos novos estádios, é saudável e legítimo.

Mas nós não podemos esquecer que a Copa do Mundo é uma das melhores oportunidades de projeção do país. Se a usarmos de forma eficaz na promoção da marca Brasil, ganharemos muito. E quanto mais ganharmos com a promoção global do país, menos a Copa nos terá custado. Num mundo cada vez mais globalizado, a imagem ou marca de uma nação pode ser mais importante do que o que ele produz e vende.

O Brasil não é só um país em construção, mas uma marca em construção. Uma marca que reflete tudo o que somos: um gigante em paz com os vizinhos, um país com enormes recursos humanos e materiais, uma das maiores democracias do mundo, uma economia de mercado de cerca de 200 milhões de consumidores, imprensa livre, Justiça independente, instituições sólidas. Quantos países têm essas credenciais?

O interesse das grandes empresas e dos grandes empresários estrangeiros pelo Brasil é enorme, vejo quando viajo para o exterior para promover nossos produtos e o nosso mercado. E não são apenas os empresários. Existem interesse e simpatia generalizados por um país de povo tão criativo, alegre e empreendedor.

Durante a Copa do Mundo, um terço do planeta estará grudado nas telinhas para ver os jogos e, por tabela, o país que os sediará. Não tem cartão de crédito nem emissão de títulos da dívida pública que paguem essa massiva publicidade global. Precisamos aproveitá-la ao máximo. O Brasil ainda é pequeno em comércio internacional e atração de turistas. Atrairemos muito mais recursos realizando uma Copa ordeira, que revele um país dinâmico, alegre e capaz de se organizar. Isto trará frutos para todos os brasileiros.

Também acho que foram cometidos equívocos. Não precisávamos de tantas sedes e estádios tão caros em cidades sem torneios de futebol expressivo. As obras de mobilidade urbana poderiam ter sido entregues a tempo. Precisamos tirar todas as lições desses fatos lamentáveis.

Mas a bola, afinal, vai rolar. O Brasil, maior seleção da história, sediará uma Copa já especial pela presença de todas as grandes seleções e seus craques fabulosos. Que honra receber e, torçamos, derrotar Messi, Cristiano Ronaldo, Balotelli, Özil e Iniesta.

O Brasil é muito maior que as dificuldades que atravessamos. Está na hora de mostrar o nosso amor por este país –de começar a Copa cantando “sou brasileiro, com muito orgulho” e encerrá-la com “we are the champions”.

ABILIO DINIZ é presidente do Conselho de Administração da companhia de alimentos BRF

Continuar lendo

Dica de filme: Uma História de Amor e Fúria

Viver sem conhecer o passado, é viver no escuro

Sempre assisto a um filme tentando retirar não só a beleza da arte, mas também quais  interpretações são possíveis para melhorar minha visão de mundo e, consequentemente, melhorar a mim mesmo.

Quando foi lançado o filme Uma história de amor e fúria, gostei muito do trailer que até coloquei aqui. Mas somente agora que pude assistir ao filme e gostei muito.

É uma animação brasileira, contando a saga de Abeguar um guerreiro tupinambá que vivia no ano de 1566, durante o início da ocupação dos portugueses.

A historia se passa ao longo de 600 anos e recria alguns fatos marcantes da historia do Brasil. Durante este tempo ele reencontra a sua amada Janaína, renascida nas épocas que se passa a história, e como pano de fundo do romance, o longa de Luiz Bolognesi ressalta quatro fases da história do Brasil: a colonização, a escravidão, o Regime Militar e o futuro, em 2096, quando haverá guerra pela água.

Os personagens principais estão nas vozes de Selton Mello e Camila Pitanga.

Interessante uma opinião do diretor do filme,  pois sabemos muita coisa da história de outros povos, mas não sabemos quase nada da nossa própria história. E sem contar que a história oficial é contada sempre pelos olhos do dominante, peloqual os que são apontados como heróis nem sempre merecem este título.

O que pude perceber é que se não olharmos a história do Brasil, as nossas lutas como uma só história, interconectada e com uma finalidade, nunca conseguiremos de fato entender esta experiência que é estar vivendo no Brasil, neste momento grave e importante.

De fato, o guerreiro tupinambá recebe uma incumbência do pajé da tribo de lutar até que consiga implantar nesta terra uma morada de paz e justiça, e aponta um adversário poderoso (Anhangá) que lutaria pela manutenção do caos, da desordem e da injustiça.

E esta, caro leitor, não é a luta nossa travada todos os dias contra o sistema injusto e predador que vivemos hoje, para construção de um mundo de paz e justiça?

“Mesmo sem perceber todo dia a gente está lutando por alguma coisa”.

Assista ao filme, reflita e compartilhe sua opinião comigo.

Veja o trailer: