O livro Atos dos Apóstolos narra uma singular história de conversão e de modificação.
Saulo de Tarso era um doutor da lei dos Judeus e por motivos que não cabem na motivação deste texto decidiu-se a perseguir os seguidores daquele tal Jesus, que ele não entendia.
Depois da dramática visão de Jesus às portas da cidade de Damasco, Saulo foi orientado a entrar na cidade de a procurar Ananias – que curiosamente era o homem que ele iria perseguir – e foi por ele “curado” da cegueira que subitamente o acometeu.
Ananias lhe impôs as mãos e lhe caíram dos olhos como que algumas escamas e ele iniciou ali sua trajetória de modificação.
A história completa consta da biografia daquele que veio a ser conhecido como Apostolo Paulo ou São Paulo, conforme descrito no capítulo 9 do Ato dos Apóstolos ou no excepcional livro Paulo e Estevão[1].
Cair as escamas dos olhos…
Nada mais simbólico para representar a perda da ilusão. Valores irreais, ou pseudo valores que nos fazem perder o foco do que realmente é essencial e a perseguir algo fantasioso e totalmente inútil ao nosso objetivo de vida.
Saulo na sua tarefa que conhecemos como sua conversão precisou se ausentar da vida anterior. Foi para o deserto e lá permaneceu por três anos para reajustar através de duras disciplinas o seu pensamento e o seu modo de sentir aos novos valores que estava adquirindo.
Não basta perder as escamas dos olhos para ver com mais clareza. É preciso também atitude firme, serena e constante na realização desta mudança proposta.
Portanto, amigo já tem olhos de ver? Já caiu as escamas? Boa viagem ao deserto de seu interior, do seu “eu” mais profundo para encontrar ou reencontrar sua essência que certamente irá lhe trazer a tão sonha paz.
Elder Cardoso 