Um dia… Pronto!… Me acabo.
Pois seja o que tem de ser.
Morrer: Que me importa?
O diabo é deixar de viver.Mário Quintana
De fato, a morte é um fenômeno biológico do qual todos nós temos conhecimento e consciência que vai acontecer.
Diz-se popularmente que a única certeza que temos na vida é que vamos morrer.
Quando e como é que são as grandes incógnitas.

Mário Quintana
Por isso o fenômeno não deveria assustar tanto. Mas como disse Mário Quintana no verso acima o problema não é morrer é deixar de viver.
Isso ninguém quer.
Até mesmo o gesto tresloucado do suicídio não é para “tirar a vida” (embora seja o que aparentemente ocorre), mas sim para tirar a dor, o sofrimento tão terrível e grande da alma que se torna insuportável.
Mas hoje a palavra é sobre o viver. Sobreviver!
Apesar de escrito no dia 2 de novembro, data que se comemora no Brasil o Dia de Finados ou Dia dos Mortos, a nossa fala é sempre sobre a vida e sobre o viver.
Não consigo conceber a ideia de morte, de fim. Caso a morte do corpo acabasse com a consciência e com o princípio pensante estaríamos diante do único caso no Universo de algum finito.
Lavoisier já no século 18 afirmou que “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma“, fundamentado em suas pesquisas definiu como a lei da conservação da matéria como a conhecemos hoje.
Em tudo no Universo observamos uma lei de aproveitamento e de conservação e seria justamente com o ser humano, o mais avançado e capacitado Ser habitante do planeta é que deveria a morte acabar com tudo?
Não vamos fazer aqui nenhuma incursão em aspectos científicos e muito menos religiosos, mas apenas algumas questões que a filosofia nos ajuda a formular, embora também não pretendamos abrir debate filosófico neste curso espaço.
Mas tamanho investimento que a Natureza faz para cada vida humana, não seria razoável e nem lógico que isso se perdesse ao longo de 80 ou 100 anos.
Há muitos anos participo de experimentos práticos e empíricos de diálogo com os chamados mortos e a maior surpresa não é só a da sobrevivência da alma ou princípio espiritual, mas o que demonstram estar angustiados é o tempo perdido durante a existência física.
Sofremos por bagatelas. Indispomo-nos por muito pouco e vemos a vida passar. Morremos como se não tivéssemos vivido. E o que é pior “morremos” antes da morte biológica, desistindo da vida durante a existência, como se a vida pudesse ter fim.
Morrer não é um problema, é simples transformação. O problema é deixar de viver. Isso não tem como, somos imortais.
Excelente texto. Como todos os que acompanho por aqui. Achei a reflexão valiosa amigo Elder, mas uma coisa tenho questionado bastante: “há mesmo necessidade de falarmos com os mortos?” Claro, em nossos estudos vamos perceber que há casos em que não há jeito, os casos de obsessão e que o espírito através do médium, precisa falar por pra fora… Mas não seria mais conveniente, fazermos uma oração, pedirmos a presença dos mensageiros de Deus, ao invés de dialogar com mortos, já que sabemos que nesta conversa pode haver muita influência do psiquismo do médium? Será que nós em nossa inferioridade temos capacidade de falar ou de dar conselhos a um espírito?
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Olá Danilo.
Obrigado pela leitura e pelo incentivo.
Bom, seus questionamentos são válidos e bastante abrangentes, mas vamos tentar sintetizar.
A primeira questão sobre a necessidade de diálogo com os chamados mortos é que eles não estão mortos. Estão vivos e querendo nós ou não, há um constante diálogo.
Não necessariamente através de médiuns, mas este diálogo é orientado pelas afinidades, pelos valores, afetos ou desafetos comuns. Neste sentido é a pergunta e resposta à questão 459 de O Livro dos Espíritos.
Este intercâmbio tem que ser feito com qualidade e discernimento. O abuso e a incompetência têm deixado muito a desejar.
E não penso que exista duas Humanidades, mas uma só em dois planos interagindo e convivendo em tudo.
E cada um de nós somos mensageiros de Deus em menor ou maior escala.
Assim como um espírito é apenas um ser humano sem o corpo, somos seres humanos encarnados e damos conselhos, sugestões bem como os pedimos uns aos outros.
Claro, cada um falando dentro da sua capacidade.
Como disse é muito amplo o assunto. Podíamos até fazer um debate um dia. O que acha?
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Oi amigo Elder. Bom depois que fiz a pergunta, confesso que deu até vontade de vir aqui e apagá-la. Pois tenho passado por alguns questionamentos e digamos a turma de lá, mas a turma da pesada, tá pegando pesado comigo kkk. Bem, mas ainda bem que não apaguei, pois que resposta maravilhosa e por isso mesmo que fiz a pergunta, porque sabia que de você, só viria coisa boa e coerente. Concordo com o que disse, se somos seres inferiores mesmo encarnados e necessitamos de ouvir outros encarnados, o que não dizer de quando podemos e temos a dádiva de ouvir espíritos bem mais esclarecidos, purificados e ouvir nosso mentor amigo, pois isso fazemos o tempo todo em nosso dia a dia, quando não somos turrões. Mas devolvo a pergunta no sentido de que estou preocupado com o movimento espírita em nossa cidade e se não está havendo um esforço muito pequeno, mínimo, eu diria, em tornar as reuniões de comunicação espiritual, ou prática mediúnica, mais sérias, fechadas e nas quais tenhamos a suprema proteção e o intercâmbio de energias somente de pessoas que estejam a fim de colaborar para o bem e sobretudo para o bem dos espíritos que chegam ali necessitados de ajuda, de serem ouvidos? Pergunto isso, pois lendo o livro dos médiuns, ao final, na parte onde Kardec coloca o regulamento da Sociedade de Estudos Espíritas de Paris, vemos que a coisa lá era bem séria. E ele ainda aconselha a formação de grupos pequenos. Não é o que tenho visto. Inclusive, aqui em Passos é muito comum termos diversas, inúmeras reuniões mediúnicas abertas, quem chega participa, quando ainda pior reuniões de aconselhamento, consulta espiritual, que reforço muitas vezes devido ao psiquismo do medium nem sabemos se é um espírito de luz mesmo que está ali falando… Inclusive tem vindo outros espíritas de outras cidades a visitar nosso movimento e que ficam boquiabertos. Reitero, que o objetivo aqui não é difamação e alarde, mas entendimento, compreensão, aprendizado e crescimento.
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De fato, este é o problema Danilo. A falta de estudo.
Ainda bem que não apagou…rs. O assunto está interessante.
Infelizmente, os Centros Espíritas descuidam do estudo na prática mediúnica.
E em Passos não é diferente. Estes problemas que você apontou acontecem há muito tempo e de uma certa forma, contribuem para estagnação do Movimento e até mesmo descrença ou falta de interesse.
Há uma discrepância entre o que se lê na Obra Básica e o que é praticado em alguns Centros Espíritas.
Mas como agirmos em situações tais?
Penso que o ideal é tentar o esclarecimento e o debate aberto para correção de rumos. E se não funcionar, infelizmente, a solução é procurar um outro grupo que tenha afinidade.
Estas prática que você descreve são de muitos anos, o que não serão corrigidas de imediato.
Já cheguei a sugerir uma espécie de intercâmbio entre os dirigentes de reuniões mediúnicas para aprimorar as práticas, mas não houve interesse.
Como você disse não é o objetivo difamar ou mencionar casos pontuais, mas a generalidade.
De minha parte posso falar de Nossa Casa, pois sempre priorizamos o estudo e a capacitação primeiro. As reuniões mediúnicas são privativas e não temos este aconselhamento ou consulta espiritual.
O atendimento fraterno é realizado pelos companheiros encarnados e que são capacitados para isso.
Enfim, como lhe disse precisamos marcar para conversarmos e tenho certeza que este bate papo seria muito interessando para todos.
Abraço.
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