Já escrevi aqui sobre a dificuldade que temos em compreender o que é o amor (veja aqui).
Na verdade somos analfabetos em matéria de sentimentos.
Também já escrevi a importância dos detalhes em nossas vidas. São importantes demais para serem esquecidos (veja aqui).
E isso em se falando em relacionamento amoroso fica mais evidente ainda.
Temos uma ilusão em imaginar que a felicidade reside em feitos grandiosos. Responsabilidade disso pode ser atribuída a filmes e romances que retratam e emocionam muitas pessoas.
Mas que me perdoem quem aprecia este tipo de ficção. Convenhamos: fazer um ato de amor durante a vida não é muito difícil.
Complicado é construir a vida em pequenos e valorosos atos diários e repetidos. Ter paciência de vez em quando é bom, mas ser paciente com a imperfeição alheia é sublime.
Isso porque fomos ensinados e a interpretar a rotina como algo ruim, o que não é verdade.
Ruim é a monotonia, o marasmo, o que não se confunde com a rotina.
Ah, que maravilha é a rotina, que traz segurança, paz e disciplina.
E como disse o poeta “disciplina é liberdade”, e é para o que existimos. Para sermos livres.
Mas pensei nisso justamente ao me deparar com uma interessante obra do artista coreano Puuung que retrata com tocante simplicidade o cotidiano de um casal, que seguramente traduz uma inegável forma de amar que geralmente não valorizamos.
Acolher no medo da chuva, o cuidado em cobrir quem se ama, o contentamento com coisas aparentemente simples é ou não é também amor?
Veja aqui mais sobre Puuung e abaixo algumas de suas ilustrações.