Maria Montessori a celebre educadora italiana que revolucionou os sistemas educativos no início do século XX desenvolveu uma interessante observação em seu trabalho com crianças de tenra idade.
Ela percebeu que as crianças apreciavam permanecer em silêncio, imóveis, apenas relaxando e permanecendo calmas. A este exercício ela deu o nome de “Jogo do Silêncio”.
Em suas palavras:
“O silêncio nos traz o conhecimento que ainda não percebemos completamente, o de que possuímos dentro de nós uma vida interior”.
Dificilmente hoje temos o hábito de cultivar o silêncio. Aliás, parece que há uma necessidade do ruído, do barulho.
Se alguém está quieto, deseja permanecer em silêncio, logo é questionado se está triste.
Conheço pessoas que não conseguem ficar em uma casa silenciosa, sozinhas, e logo ligam a TV ou o rádio para afastar a incômoda ausência de barulho.
Parece que o “som do silêncio” é insuportável.
Já li alguns psicólogos afirmarem que isso é uma atitude de fuga desta vida interior mencionada pela Dra. Montessori. Há um certo medo – ainda que inconsciente – de se conhecer, de saber quais são as suas reais necessidades.
E é justamente isso que penso ser necessário e essencial em nossa vida, o cultivo da vida interior, deste conhecimento que ainda não percebemos.
Uma viagem ao encontro de si mesmo, do autoconhecimento, desta desconhecida porém estuante vida interior.
Afinal, “o Reino de Deus está dentro de vós”, já disse alguém que entendia das coisas.