Viver sem conhecer o passado, é viver no escuro
Sempre assisto a um filme tentando retirar não só a beleza da arte, mas também quais interpretações são possíveis para melhorar minha visão de mundo e, consequentemente, melhorar a mim mesmo.
Quando foi lançado o filme Uma história de amor e fúria, gostei muito do trailer que até coloquei aqui. Mas somente agora que pude assistir ao filme e gostei muito.
É uma animação brasileira, contando a saga de Abeguar um guerreiro tupinambá que vivia no ano de 1566, durante o início da ocupação dos portugueses.
A historia se passa ao longo de 600 anos e recria alguns fatos marcantes da historia do Brasil. Durante este tempo ele reencontra a sua amada Janaína, renascida nas épocas que se passa a história, e como pano de fundo do romance, o longa de Luiz Bolognesi ressalta quatro fases da história do Brasil: a colonização, a escravidão, o Regime Militar e o futuro, em 2096, quando haverá guerra pela água.
Os personagens principais estão nas vozes de Selton Mello e Camila Pitanga.
Interessante uma opinião do diretor do filme, pois sabemos muita coisa da história de outros povos, mas não sabemos quase nada da nossa própria história. E sem contar que a história oficial é contada sempre pelos olhos do dominante, peloqual os que são apontados como heróis nem sempre merecem este título.
O que pude perceber é que se não olharmos a história do Brasil, as nossas lutas como uma só história, interconectada e com uma finalidade, nunca conseguiremos de fato entender esta experiência que é estar vivendo no Brasil, neste momento grave e importante.
De fato, o guerreiro tupinambá recebe uma incumbência do pajé da tribo de lutar até que consiga implantar nesta terra uma morada de paz e justiça, e aponta um adversário poderoso (Anhangá) que lutaria pela manutenção do caos, da desordem e da injustiça.
E esta, caro leitor, não é a luta nossa travada todos os dias contra o sistema injusto e predador que vivemos hoje, para construção de um mundo de paz e justiça?
“Mesmo sem perceber todo dia a gente está lutando por alguma coisa”.
Assista ao filme, reflita e compartilhe sua opinião comigo.
Veja o trailer: