Fala-nos dos filhos

Meus Filhos

Eu e minha família estamos vivenciando uma situação diferente.

É que Gabriel, meu filho mais velho (18 anos), se mudou há um mês para uma cidade no interior do Paraná, Cornélio Procópio, para cursar faculdade de engenharia de controle e automação na UTFPR.

Trata-se de uma cidade pequena, com cerca de 50 mil habitantes. Muito bonita, limpa e calma.

Vista parcial de Cornélio Procópio

Vista parcial de Cornélio Procópio

Aliás, notamos uma curiosidade: a cidade toda fica com um cheiro agradável de café em razão de uma grande indústria de torrefação de café (Café Iguaçu).

Mas o que motivou esta postagem é justamente esta mudança de ciclo, de saída do lar pelos filhos.

É uma sensação diferente, um misto de alegria pelo dever cumprido, com tristeza pelo distanciamento.

Nosso relacionamento com os filhos é muito intenso, com muita conversa, muita troca, e acho que por isso sentimos tanto.

Mas nós sempre entendemos que a paternidade/maternidade é a maior tarefa que podemos desempenhar neste mundo.

E justamente por isso, fez tanto sentido um conhecido texto de Gibran Khalil Gibran, no não menos famoso livro O Profeta.

Quando perguntado por uma mãe, “fala-nos dos filhos”, disse o Profeta:

“Vossos filhos não são vossos filhos.

São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesmo.

Vêm através de vós, mas não de vós.

E embora vivam convosco, não vos pertencem.

Pode outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos;

Porque eles têm seus próprios pensamentos.

Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;

Pois suas almas moram na mansão do amanhã, que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.

Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,

Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.

Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vidas.

O Arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda Sua força para que Suas flechas se projetem, rápidas e para longe.

Que vosso encurvamento na mão do Arqueiro seja vossa alegria:

Pois assim como Ele ama a flecha que voa, ama também o arco que permanece estável.

É isso aí Gibran. Obrigado pelas dicas. Nunca este texto fez tanto sentido para mim.

Esperamos que tenhamos sido bons arcos. E que o Supremo Arqueiro nos abençoe a todos para possamos cumprir com nossos objetivos e funções na vida.