Política: Mais do mesmo

Inevitável falar de política.

O que deveria ser um movimento democrático é, no mais das vezes, a venda de um produto.

Formatado por profissionais de marketing, experientes em manipulação de massas.

Quem acha que a eleição é um ambiente amplamente democrático, é porque nunca trabalhou na minha seção eleitoral.

Chega uma pessoa que pergunta “essa eleição é para quê?”, “prefeito ou deputado”; outro que pergunta quem são os candidatos, e muitos que querem saber dos mesários quem é o melhor.

Esta semana eu e a Mirla sofremos um assédio, por que algumas pessoas diziam que o nosso candidato não iria ganhar.

Ué, e daí? Voto em quem eu acho melhor.

Mas o curioso é que este pensamento – de votar em quem vai ganhar – reflete o modo como as pessoas compreendem a eleição.

É como se fosse uma partida de futebol. Torço para o meu time, e que ele ganhe a qualquer custo.

Lamentável.

Mas fazer o que? Só posso mudar a mim mesmo, e dialogar com aqueles que convivem comigo.

Afinal, tem gosto para tudo.

A falta de interesse, de cultura, de exercer a faculdade de pensar, possibilita o fisiologismo político, que é uma praga, uma maldição, mas que no fundo, ninguém se importa.

A Constituição Federal reconhece que toado o poder emana do povo. Na impossibilidade de uma democracia direta, ele é exercido por meio de representantes.

O problema é que em vez do povo apontar os representantes, eles se candidatam a ser eleitos. Daí a excrescência atual.

Vi no blog do Birner e replico aqui este vídeo que demonstra claramente que é sempre mais do mesmo, não há inovação, e tem gente que gosta, torce e briga.

Está aí o manual de Como Fazer Propaganda Eleitoral,que pelo jeito vai ser aproveitado por muito tempo.

Deus: crença ou confiança

Há algum tempo presenciei um fato interessante. Meu filho mais velho, Gabriel, tinha um professor que se declarava ateu e em conversa acabaram trocando livros.

O professor lhe emprestou o livro Deus um Delírio de Richard Dawkins, e Gabriel lhe presenteou com um exemplar de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, o qual demonstra a compreensão que temos a respeito de Deus e de Suas Leis.

Com um conhecimento sólido a respeito do tema, Gabriel iniciou a leitura do livro e comentou em sua página do Facebook, informando que estava lendo, gostando, e que o livro estava reafirmando o que sempre pensou a respeito de Deus.

Sua crença não se abalou com a descrença, e muito menos lhe foram apresentados argumentos lógicos capazes de lhe causar qualquer insegurança.

Afinal, conforme consta no livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, “fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade”.

Causou-me um pouco de espanto o conflito que esta postagem criou para ele, ainda mais que a briga estava entre pessoas que creem. Não sei se o caso era de fanatismo ou de analfabetismo funcional mesmo, mas imagina se algum ateu se atrevesse a manifestar!

Apesar de sermos os únicos seres dotados de razão, capaz de ter a percepção de Deus, e nos aproximarmos dEle, temos uma relação conturbada com a Divindade.

São inúmeras religiões que se arvoram em proprietárias da Verdade sobre o que seja Deus.

Quem é Deus? Onde mora? O que faz?

A Doutrina Espírita inicia seu primeiro livro doutrinário1 com a pergunta em termos corretos: que é Deus? Quis saber Allan Kardec, “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”, responderam os espíritos.

Não é uma pessoa, desfazendo o conceito antropomórfico que muitos ainda têm de Deus.

Dos vários questionamentos cabíveis, a maioria das pessoas se conforme e contenta com uma pergunta/afirmação simples: você acredita em Deus?

Parece-me que não é o suficiente.

Crer em Deus é tão óbvio!

Todos os seres creem em Deus quando cumprem o objetivo de sua existência.

Nós que temos a consciência de nossa individualidade, do nosso ‘eu’, que conseguimos compreender a existência de Deus, que temos o livre arbítrio, precisamos um pouco mais do que crer.

É preciso confiança em Deus. Confiança nas Leis Divinas e Naturais que regem todo o Universo.

E isso é mais do que crença, pois a confiança conforma todos os atos, atitudes e consequências às soberanas Leis imutáveis, previamente estabelecidas por esta Inteligência Suprema.

Carl Gustav Jung em uma célebre entrevista à Rádio BBC em 1959 quando questionado se acreditava em Deus respondeu:

“Difícil responder… Eu sei. Eu não preciso acreditar. Eu sei.”

Não se trata, pois, de uma questão de crença, mas de experiência. E mais ainda, não adianta apenas crer, mas confiar na sabedoria absoluta das Leis por Deus instituídas, em todas e quaisquer circunstâncias e situações.

1. O Livro dos Espíritos. Allan Kardec.